Rilson Cruz
P
or volta de 1971, em Macapá, tive o primeiro contato com o Movimento GEN (Geração Nova), ala jovem do Movimento dos Focolares. Identifiquei-me logo da cara com as canções e, por conta disso, comecei a aprender a tocar violão. Mas foi em 1972, quando vim estudar para Belém, que tive o meu primeiro contato com o Conjunto (naquela época não se dizia "banda") GEN SINCO – nome dado por Chiara, fundadora do Movimento, cuja sigla significa “Sinal de Contradição”.
Pouco tempo depois de chegar, convidaram-me pra cantar uma canção do Titico (do Conjunto Cântico Novo, de Recife), na missa GEN, na Capela de Lourdes, vindo em seguida a integrar o GEN SINCO.
Eu ainda não fazia ideia da dimensão que isso assumiria na minha vida!
O contato com os Gen que faziam parte do Conjunto foi moldando todos os aspectos da minha vida, fazendo que mudasse minha visão de mundo; pois – como dizíamos àquela época – eu era um “alienado”, principalmente do ponto de vista da política do nosso país.
Aos poucos, adquiri uma consciência crítica, que se tornou fundamental na vida que construí a partir de então.
Um outro aspecto fundamental foi conhecer e aprofundar o contato com o Heleno (Heleno de Oliveira, nosso “guru”), pois o seu conhecimento da vida, da Literatura, da arte de um modo geral, particularmente da música, era repassado para nós, sem reservas, visando à nossa formação.
Fundamental, também, foi o aprofundamento do meu relacionamento com Deus, a partir da experiência que fazíamos; de considerar a presença de Jesus entre nós, de acordo com suas palavras: “Aqueles que se reunirem em meu nome, aí estarei eu no meio deles”.
Essa experiência foi, definitivamente, a mais importante que já vivi em toda a minha vida. Moldou toda a minha personalidade e tornou-me o que sou como pessoa.
Seria necessário escrever um livro, se eu quisesse esmiuçar todas as experiências ali vividas. Mas, como o tempo não permite, ficam esses pequenos registros e reflexões do inesquecível “tempo de GEN SINCO”.