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Mário Feio

o início da década de 1970, após vivenciar, na, escola a criação de um cine clube – que logo fracassou por falta de participação dos estudantes; depois, de um jornal estudantil – fechado por suas ideias comunistas; e, por fim, do Interact Clube – dissolvido devido à luta de poder entre o presidente e o vice –, eu estava convencido de que a minha geração não era capaz de se organizar e realizar grandes coisas.

Nesse contexto, recebi o convite de um colega da escola para participar de uma reunião de jovens e, meio desconfiado, acabei aceitando, ocasião que veio a ser o meu primeiro contato com o Movimento GEN.

Logo na chegada, chamou-me a atenção o grande número de participantes e a boa organização que era realizada, quase toda, pelos próprios jovens (!). Mas, num primeiro momento, eu não conseguia entender a ligação entre a mensagem evangélica – que (depois me apercebi) era proposta com a vida – com o clima de fraternidade que ali existia, até que um cartaz me chamou atenção! Nele estava escrito: “Amar por primeiro”.

Pedi, então, àquele colega para me explicar o sentido daquela frase. E, enquanto ele falava, num átimo eu parecia ter encontrado a solução para os problemas mundiais que vivíamos naquele momento. Pensei: se todos agissem assim, o relacionamento entre as pessoas mudaria; não haveria mais o egoísmo, a ganância, o acúmulo do capital; os empregados não seriam explorados; não haveria mais a miséria, a sede de poder; as nações mais potentes não subjugariam as mais fracas; e as guerras não mais existiriam.

Decidi imediatamente colocá-la logo em prática; e fui direto para a cozinha ajudar a lavar os pratos do almoço. Essa pequena ação me fez experimentar a grande alegria que existe em doar-se por amor, o que confirmava a dimensão revolucionária daquela proposta.

Com isso, a minha inserção no movimento GEN foi um verdadeiro mergulho em novas águas; uma radical adesão a um novo estilo de vida, baseado na vivência das frases do Evangelho, particularmente naquela em que Jesus promete estar presente onde dois ou mais estiverem reunidos em seu nome. E aprendi que, quando Ele está presente, tudo ganha um novo sentido, uma nova dimensão; tudo se torna possível!

Sim, era muito forte a fraternidade existente entre nós, daquele grupo, e o desejo de irradiar aquela experiência de vida ao maior número possível de jovens.

Nessa perspectiva, uma das formas mais interessantes que tínhamos de irradiação era através da arte, com o Conjunto GEN SINCO, do qual fiz parte por oito anos.

Para mim, ele foi um grande laboratório de convivência, aprendizado, desenvolvimento de talentos, criação coletiva, enfim, de superação dos próprios limites.

O GEN SINCO nos conduziu a uma grande, fantástica aventura; e possibilitou vivenciar experiências extraordinárias e inesquecíveis, transmitindo para pequenos e grandes públicos aquilo que acreditávamos e tínhamos abraçado como o nosso Ideal de vida.

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